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Burnout é tema da pesquisa de materiais que serão apresentados no INSPIRAMAIS
A moda imita a vida e é por isso que o Burnout, síndrome que indica a exaustão extrema provocada pelo trabalho de um indivíduo, é o novo tema da pesquisa de materiais que será apresentada no próximo INSPIRAMAIS. A apresentação da temática aconteceu no dia 25 de setembro, no Sebrae de Novo Hamburgo/RS, e foi conduzida pelo coordenador do Núcleo de Design e Pesquisa do INSPIRAMAIS, Walter Rodrigues.
Rodrigues iniciou sua apresentação destacando a metodologia da Pirâmide, que norteia a pesquisa de lançamentos do salão de moda e leva em consideração os insights dos 10% (laboratório de inovação e topo da pirâmide), 30% (materiais em desenvolvimento no meio da pirâmide) e 60% (produtos já aprovados pelo mercado e base da pirâmide). Segundo ele, o Burnout, temática dos 10%, traz um cenário “brutalista” que reflete um mundo de guerras, ódio, discórdia e fadiga. “Parece surreal falarmos de moda nesse ambiente, mas com a moda conseguimos proporcionar, ao menos, uma pálida alegria”, diz. Ressaltando a estranheza e o tom underground da temática, o estilista destaca a influência da estética do modelista internacional Rick Owens, que apresenta uma instabilidade no sistema e como a “fadiga” chegar ao consumidor final.
“Boneca quebrada”
No contexto do Burnout, Rodrigues ressalta a estética “boneca quebrada”, que apresenta um quadro depressivo e artificial que reflete na moda no mix dos estilos vitoriano, com o fetiche de uma sociedade fechada, e da ficção científica e da alta tecnologia, com papel preponderante da Inteligência Artificial. Nos materiais, a estética reflete em amarrações, saltos alongados e pontiagudos, acabamentos com muito brilho e fivelas e zíperes que concedem um aspecto “mais pesado”. Na cartela de cores dos 10%, destaque para tons mais escuros como azul marinho e berinjela e também para os clássicos como o bege areia e tons pastéis.
Periféricos
Nos 30%, fase de materiais em desenvolvimento, aparece o tema Periféricos, que aponta para uma política descolonialista, em que o chamado Sul Global assume discurso próprio frente ao eurocentrismo. Neste ponto, destacam-se os subtemas da ginga, malemolência e cacofonia, com muita cor, elementos naturais, mix de texturas, bordados e tramas. Na cartela de cores aparecem vermelho, rosa, verde, laranja queimado, lilás, turquesa e tons mais naturais.
Por fim, nos 60%, aparecem os “hits” do mercado com o tema Intergeracional, que aponta o fato de termos, pela primeira vez na história da humanidade, cinco gerações convivendo simultaneamente. Segundo Rodrigues, neste contexto o desafio da indústria da moda foi desenvolver produtos que não levassem em consideração estereótipos próprios do etarismo. “É uma moda feita para pessoas, não levando em consideração suas idades”, avisa. No Intergeracional apareceram os subtemas estimulante e techform, com muito maximalismo, formas descontraídas, volumes 3D e brilhos em contraste com produtos tecnológicos, inovadores e com modelagens simplificadas. Na cartela de cores, os destaques dos 60% são amarelos, verdes, tons de pink, tons queimados, turquesas e pastéis.
O salão
Promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) em parceria com o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Associação Brasileira das Indústrias de Mobiliário (Abimóvel), o INSPIRAMAIS tem a realização do Brazilian Materials e a parceria do Sebrae Nacional. O evento, que lançará mais de mil materiais para as indústrias de calçados, confecções, móveis e bijuterias, acontece nos dias 21 e 22 de janeiro de 2025, no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre/RS. Mais informações no site .
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